14.2.09

expectations







Quem criou você fui eu. Assim, como quem acredita que você seria uma boa morada, um descanso particular.
Quem criou você não devia saber o gosto do mistério;
mãos trêmulas
dor de cabeça alucinante
olhos marejados
coração acelerado, palpitando da garganta até a boca do estômago
frio nas entranhas
caçamba de gelo na ponta dos pés
olhar distante
perdido por aí.
Não, não, não; quem criou você fui eu.
alimento, carinho, atenção. Ouvi tuas palavras, quando você vinha, quase imperceptivelmente, susurrar no meu ouvido meia dúzia de sensações. E todas elas conflitantes.
Por isso aprendi a ser assim, oito ou oitenta. dez ou cem. sete ou setenta. todo o conjunto que você julgar necessário. E você veio uma, duas, três, mil vezes até mim. E, todas essas vezes, eu nunca te mandei embora, sempre te dei abrigo. E, toda vez que eu morria um pouco, era você quem me matava. Tripudiava, gritava aos quatro cantos da minha cabeça quadrada que você tinha passe livre ali e que eu nada podia fazer a respeito disso, afinal, quem criou você fui eu.
é, expectativa, quem criou você fui eu.