11.6.12

inundando

é como se fosse uma voz, que não se consegue, ao certo, distinguir o timbre utilizado. quebra o silêncio, vibra junto à brisa vinda da janela vermelha, e faz a margarida balançar as suas pétalas. qualidade, esta, que só o silêncio possui: de gargalhar abertamente em meio ao descompasso do nada. é aquela sensação de não se pensar. não se falar. ver tudo des-com-pas-sa-da-mente. é de uma beleza densa, harmoniosa. sensação de equilíbrio; olhos marinhos dando espaço ao fechar deles, palavras em meio a sorrisos; o alinhamento do tempo, do jeito; a harmonia pousa, então, delicadamente. sem aviso prévio, sem lenço, documento ou carta de recomendação. ela apenas chegou, como um sopro longínquo que possui, estranhamente, uma secreta cumplicidade com o momento. simples assim, como se sentisse uma ligação com o aqui e o agora. e o melhor: tudo delicadamente e sutilmente... é o percurso do vento inundando a alma. 






que seja doce, harmonia.