23.4.12

ir até aqui

onde a vista [não] alcança (!)

18.4.12

dress up in you


não satisfeita em
ser quem vinha sendo, resolveu tirar a pele em que habitava.

essa coisa de dress up in you*, onde ela era totalmente riscada por fora, a fez exibir, agora, sinais do lado de dentro.

uma vez estando internamente, a pele era ríspida, grossa, resistente, resultado de anos de proteção aos agentes externos.

mas agora, essa camada de pele estava indo embora. esse seu nu era diferente.

uma reconfiguração na proteção interna. se vai a pele morta, se cria vida lá dentro. com um revestimento simples, prático, sem complicações: uma camada de boa vontade, outra de compreensão, uma de esperança e outra gigantesca de amor.

gerou um nu completo, transparente. límpido, novo, resistente.

aos poucos, o medo ia embora, deixando a certeza de quem sabe o que está fazendo.

é, sabia que habitava numa nova pele.

agora, mais que nunca, tinha certeza de que todos nós somos mapa-mundi habitáveis.

a forma como se habita a si mesmo, nós escolhemos. a pele cresce em todo mundo... só é preciso deixar-se habitar.

por ela. pelo outro. pelo todo.



tinha
encontrado quem ela queria ser.



15.4.12

sobre o agora


de tanto ser, só tenho alma.

e pulsa[cora]ção.




11.4.12

sobre aniversários

apertando os olhinhos esperando a realização do pedido.

agora, é só esperar.

1.4.12

corrida



(...)

mas eu queria tanto correr. desesperadamente, desenfreadamente, descompassadamente. para onde as minhas pernas me levassem. para onde a minha completa exaustão achasse como destino certo - quiçá incerto - das minhas decisões. eu queria tanto correr. sentir a minha respiração ofegante, a adrenalina subir à mente, meu coração quase saindo do peito, pulando pra fora, rasgando a carne, estourando as veias, mergulhando na vida. correr sem um rumo, numa só reta, com o final sendo o recomeço, onde a linha de chegada é ponto de partida; onde eu pudesse correr desenfreadamente, desesperadamente, descompassadamente. mas eu queria tanto correr, até não conseguir mais; até perder o fôlego, até matar o fôlego, até o lugar, espaço de tempo, momento extra-sensorial onde eu pudesse ter silêncio dentro de mim. mas eu só queria correr;

não correr incerto;

(...)