1.4.12

corrida



(...)

mas eu queria tanto correr. desesperadamente, desenfreadamente, descompassadamente. para onde as minhas pernas me levassem. para onde a minha completa exaustão achasse como destino certo - quiçá incerto - das minhas decisões. eu queria tanto correr. sentir a minha respiração ofegante, a adrenalina subir à mente, meu coração quase saindo do peito, pulando pra fora, rasgando a carne, estourando as veias, mergulhando na vida. correr sem um rumo, numa só reta, com o final sendo o recomeço, onde a linha de chegada é ponto de partida; onde eu pudesse correr desenfreadamente, desesperadamente, descompassadamente. mas eu queria tanto correr, até não conseguir mais; até perder o fôlego, até matar o fôlego, até o lugar, espaço de tempo, momento extra-sensorial onde eu pudesse ter silêncio dentro de mim. mas eu só queria correr;

não correr incerto;

(...)

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