4.1.09

da série gente como a gente, número 2.



o bom é quando as letras deixam apenas de ser
fonemas unidos entre si para darem espaço à sentidos maiores. coisa difícil. nem
sempre as pessoas conseguem enxergar o que há por trás das palavras, o que as
rodeia, você faz parte de um círculo raro.único. apenas deixar fluir frases,
para você, é fácil, mesmo que para trazê-las à tona sejam necessários anos de
amizade intensa, de conhecimento mútuo, o mais difícil e mais gratificante é ver
você seguindo em frente, se [re]construíndo aos poucos, aos segundos,
tentativas.só quem conhece um pouco do teu avesso sabe que chegar a este ponto,
encontrar-se nesse meio é algo novo, assustador. mas te digo, com plena certeza
e alegria, o teu caminho apenas começou, é que tudo, no final, faz parte do teu
show.
eu amo você. [Clareana - 29/08/08]


dois minutos. cinco minutos. dez minutos para tentar arranjar as idéias e poder, assim, falar dela. mas como se fala de alguém que você conhece tão a fundo mas que, por isso mesmo, tem receio em mostrar essas particularidades que custaram tanto a aparecem para todo o resto das pessoas? Podem me chamar de egoísta, do que for, mas, taí, essa eu não consigo dividir não. é mais forte que eu, esse meu medo de perder as pessoas das quais eu deposito tanta confiança, amor e tudo de melhor que há nessa vida. não, minah gente, desse medo eu não quero me livrar nunca.


e, pra falar dela, a gente precisa fechar os olhos e imaginar uma pluma, daquelas bem cheias, bonitas, daquelas que dá gosto de se ver; branca, azul, amarela, a cor não importa - ela sabe ser arco-íris. para os dias tristes, ela se veste de um preto reluzente; para os dias alegres, o amarelo é sempre a escolha dela; nos dias melancólicos, ela se faz cinza claro, cinza escuro, depende do horário. os dias alegres? ela é todas as cores: tudo misturado, do jeito que ela gosta. inclusive, a idéia do ser tudojuntoemisturado faz parte disso: ela foi uma das pessoas que me ensinou isso, me ensinou ser assim.


a mão estendida, a lágrima que só desce para acompanhar a minha, o riso de "tá tudo bem", o abraço de "já passou", a alegria de deitar num dos bancos do parque mais bonito da cidade ao som da orquestra sinfônica e acompanhar a cadência das luzes, só a gente sabe o que significa. só a gente sabe, também, o que significa transcender a palavra amizade: só a gente sabe.


e é por essas e outras que toda vez que eu paro para escrever sobre ela, as palavras ficam com vergonha e se escondem, com medo de serem tidas, depois, como escolhas erradas ou pequenas demais. aí eu fico só no sentimento, amando e querendo bem e estando aqui sempre, estendendo a mão, abraçando, chegando junto e defendendo, enxugando lágrimas, causando risos e entendendo silêncios. porque, mais do que ninguém, eu sei que ela sabe me entender; eu sei que ela sabe que, quando não há silêncios desconcertantes entre duas pessoas, é sinal de que as almas delas se reconhecem. e é isso que eu espero dessa minha vida: esse caminhar de almas até quando a gente fizer 100 anos, sambando e ouvindo cartola, cantando o quanto a vida é bonita, com um copo de cachaça nas mãos e a alegria de ter tido, pelo menos, 85 anos de memórias juntas. eu amo você.



5 comentários:

Clareana Arôxa disse...

http://aclarameninaclara.blogspot.com/

Sunflower disse...

Ia falar que o post está absolutamente lindo, e que voce jogou pesado, que a pessoa que fez deve ter chorado, mas aí eu quis sair flutuando daqui.


Não fui adicionado no Orkut ainda porque, hein?


beijas

André disse...

clarinha chorou muito. faz isso não. matar de amor devia ser crime.

Clara Mazini disse...

Belíssimo. Me arrancou sorrisos suficientes para fazer um belo dia de sol.

Adriana Godoy disse...

Sei como é sentir isso e acho lindo. O seu texto, adorável. Bj.